Conto trazido pela Professora Isha, da Escola de Artes da Magia (da Província de Grimoar)
Em um lugar onde o sol mal toca o solo, onde as árvores milenares se entrelaçam como fios de um destino antigo, repousa a Floresta de Gianyar. Seus arbustos verdes e vegetação exuberante escondem mistérios do passado, segredos de deuses esquecidos e promessas de destruição.
Foi lá, no coração pulsante da floresta, que a batalha entre luz e escuridão havia se tornado inevitável. No alto de uma montanha coberta por névoa, a Professora Isha, venerada mestra da Escola de Artes da Magia, convoca seus alunos para ouvirem uma história de heróis e demônios, uma história que nasce nas raízes da própria terra.
“Meus queridos alunos,” disse a Professora Isha (cujo nome, em sânscrito, quer dizer Senhora) com a voz suave, mas firme, como o murmúrio das folhas ao vento. “Esta é a história de Gianyar, uma terra antiga, protegida por forças espirituais que desafiaram o caos de tempos imemoriais. Mas tudo está em perigo. O que vou contar não é apenas uma lenda, mas uma história que forjou os próprios artefatos mágicos que usamos para manter a paz neste mundo. Prestem atenção, pois o poder de nossa arte depende de como entendemos essas forças.”
Os alunos, atentos, começaram a vislumbrar o que se passava nas palavras da professora, quando ela ergueu as mãos, evocando diante deles a imagem da Floresta de Gianyar em sua mente.
A Batalha Inicia
Em um amanhecer profundo, quando o céu refletia as cores vibrantes do fogo e da terra, Barong, o guardião eterno de Gianyar, se preparava para um novo desafio. Criado a partir das energias da terra e dos espíritos da floresta, Barong tinha como missão proteger o coração da floresta sagrada. Em sua forma majestosa, ele invocava os Forças Espirituais e Protetores da Floresta, também conhecidos como os Guardiões de Gianyar.
Esses guardiões, entidades menores, eram a essência da própria floresta: espíritos ancestrais que surgiam sob a forma de figuras verdes e radiantes, moldadas a partir da terra e da energia vital da floresta. Cada guardião, um reflexo do espírito de Barong, possuía o poder de fortalecer a natureza, trazendo vitalidade e resiliência aos seres da floresta, para resistir às forças das trevas.
“Os dados de auras verdes,” continuou a Professora Isha, “representam essas entidades. Cada um deles é um soldado espiritual, um defensor da terra, projetado para manter a vitalidade da floresta contra qualquer ameaça.”
Mas nas sombras, longe da luz da manhã, a grande feiticeira Rangda preparava seu exército das trevas. Do fundo do abismo onde as estrelas mal ousam brilhar, ela invocou demônios e criaturas do inferno, como uma tempestade de fogo e destruição. Seus exércitos de Demônios e Magia Negra — entidades da magia negra e maldições infernais — começavam a emergir das profundezas. Rangda, com seus olhos vermelhos de raiva e sua fúria sem fim, comandava a destruição.
“Os dados de auras vermelhos,” disse a professora com um tom grave, “são a essência dos servos de Rangda. Cada um deles é uma manifestação de seu poder destrutivo, prontos para espalhar o caos e o fogo. Eles são implacáveis, destruidores, e trazem a ferocidade do fogo com eles.”
O Choque das Forças
A terra começou a tremer quando Barong, com sua força imensa, convocou seus Guardiões de Gianyar para formar uma linha de defesa contra a ameaça de Rangda. Cada espírito verde se posicionava com precisão, criando barreiras de energia espiritual que protegiam as árvores, os rios e as criaturas da floresta. Eles eram o escudo do mundo natural, enquanto Barong se erguia no centro da batalha, uma força viva da terra, movendo-se com uma agilidade surpreendente para um ser tão grande.
Enquanto isso, Rangda, com sua magia obscura, dirigia sua fúria contra os guardiões espirituais. Chamas negras surgiram de suas mãos, queimando a vegetação e corrompendo a terra. Seus demônios, formas grotescas de sombras e destruição, lançavam ataques de fogo que devastavam tudo à sua frente. Cada golpe de suas lâminas flamejantes parecia carregar a dor de mil almas perdidas.
A batalha era intensa. Cada passo da luta se dava nas sombras das árvores, onde os Guardiões de Gianyar tentavam impedir os avanços das forças infernais, mas o poder de Rangda era imenso. Ela se alimentava da energia da destruição, e sua fúria parecia incontrolável. Barong, com sua sabedoria antiga, resistia, mas sentia o peso do ataque crescente.
O Desfecho da Batalha
Os caminhos da floresta estavam se tornando irreconhecíveis. As energias de Barong, os Forças Espirituais e Protetores da Floresta, começaram a se desvanecer com a intensidade da batalha, suas forças já à beira do exaurimento.
Foi então que, em um último esforço desesperado, Barong convocou a força total de seus guardiões espirituais. Uma onda de energia verde, pura e viva, envolveu a floresta, criando um campo de proteção impenetrável. A energia da terra foi convocada em sua forma mais pura, como um último ato de resistência contra as trevas que ameaçavam consumir tudo.
Enquanto isso, Rangda, com seu sorriso cruel, intensificou a magia negra, invocando um demônio infernal para destruir de uma vez por todas o escudo de Barong. Mas a magia de Barong, alimentada pela terra e pela vida, resistiu. A força da natureza, o poder da floresta, derrotou a chama infernal, afastando Rangda por um momento. A batalha estava longe de terminar, mas naquele instante, a vitória estava ao alcance dos Guardiões de Gianyar.
“Essa história,” disse a professora Isha, “é um lembrete de que o equilíbrio entre forças opostas é vital. A magia de Barong e os Guardiões da Floresta são um reflexo do que fazemos com o mundo ao nosso redor. E a magia negra de Rangda, como sempre, busca consumir tudo o que é puro e bom. Mas lembrem-se, caros alunos: o destino de Gianyar, e o destino do mundo, está nas mãos daqueles que escolhem proteger a vida e a terra. O poder do verde pode ser mais forte que o fogo, se o coração for puro.”
E assim, com um último olhar para a floresta de Gianyar, a Professora Isha concluiu sua história, deixando aos alunos o peso de suas palavras: “Escolham seu lado, pois as forças que nos cercam podem mudar o destino de todos nós.”