Prólogo
“Eu, Escriba Real da Biblioteca de Grimoar, testemunho e registro a história daqueles que moldam nosso destino. Que este conto perdure nos anais do Reino Quatro Cantos do Mundo.”
As Geleiras ao Oeste, guardadas pelo imponente Vorak, Observador dos Mapas Silenciosos, despertavam em ecos distantes de gelo rompendo ao vento. As florestas vibrantes ao Norte, protegidas por Selendriel, Arquiteta dos Quadrantes Ocultos, exalavam o perfume das folhas ancestrais que se entrelaçavam em defesas naturais.
As bússolas mágicas haviam ativado e, com elas, a Rota dos Guardiões se revelou. Os talismãs forjados sobre tiles brilhavam entre as duas regiões, marcando as trilhas que conectavam o Oeste ao Norte. Mas a trilha não era apenas um caminho — era um desafio, um campo de batalha entre os dois magos controladores elementais.
Cada passo dado não era apenas territorial, mas temporal, reverberando na constante do chamado Quadrado Mágico 4×4, o artefato (que representaria um planeta mítico, que não sabemos se realmente existe em outro Entremundo, chamado Júpiter) e que regulava o espaço e o equilíbrio do Reino dos Quatro Cantos.
Os Sussurros do Gelo
Nos confins do Oeste, Vorak estudava o mapa que sua bússola projetava sobre a mesa. A magia congelante do Observador resplandecia em seus olhos enquanto ele movia os talismãs sobre os tiles geométricos à sua frente.
“Selendriel tenta avançar pelo meu território,” disse Vorak, a voz reverberando como o estalo de um lago congelado. “Mas o gelo não cede. O Oeste é sólido, e ela encontrará apenas barreiras intransponíveis em sua trilha.”
Vorak movimentou um de seus previsores de ação, que brilhou em um azul profundo, posicionando-o no talismã central da trilha. As runas no tabuleiro (o mapa que lhe dava condição de conhecer o território oponente) refletiram sua ação, erguendo muralhas gélidas que congelaram parte do caminho.
“Se ela quiser atravessar,” disse Vorak para si mesmo, “terá que quebrar o gelo com mais do que árvores dançantes.”
As Raízes Reagem
Ao Norte, Selendriel caminhava por entre as farnárvores, que sussurravam histórias do movimento do gelo ao vento. Uma bússola pulsava em sua mão, mostrando os bloqueios que Vorak erguera com maestria.
“A força de Vorak é como as geleiras que guarda: estática e lenta”, murmurou ela enquanto tocava o tronco de uma fanárvore. “Mas a terra é paciente, e suas raízes sempre encontram novos caminhos.”
Selendriel posicionou seus previsores de ação brilhantes (em formato de um cubo verde) nos tiles que conectavam os quadrantes do mapa. Talismãs em forma de folhas começaram a se enraizar, avançando lentamente em torno das muralhas de gelo. A constante de um Quadrado Mágico brilhava com mais intensidade, como se o tabuleiro respondesse à tensão crescente.
“Cada barreira que ele ergue,” pensou Selendriel, “é apenas mais uma oportunidade para encontrar a rota perfeita.”
O Duelo das Trilhas
No centro da rota , Vorak e Selendriel finalmente se confrontaram. A trilha, que antes brilhava em tons neutros, agora pulsava com as energias do gelo e da terra, os dois elementos lutando por domínio.
Vorak rolou um de seus cubos. O número 4 brilhou, e o tile à sua frente foi selado com uma muralha cristalina. Ele ergueu a cabeça e disse, “Tente passar por isso, Selendriel.”
Ela sorriu e rolou seu próprio dado. Um número surgiu, e as raízes de suas fanárvores começaram a penetrar o gelo, deslocando o bloqueio. “Cada muralha pode ser contornada, Vorak. O gelo derrete sob a pressão do tempo e da vida.”
O duelo se intensificava. A cada turno, os tiles mudavam de cor, refletindo o controle momentâneo de cada mago. Vorak bloqueava estrategicamente, enquanto Selendriel encontrava maneiras de reposicionar suas peças e avançar.
O Fim da Trilha
A batalha atingiu seu clímax quando Selendriel conseguiu alinhar seus dados em uma formação perfeita, completando uma trilha que somava a constante 34. Os talismãs explodiram ao longo da trilha em luz verde, sinalizando sua vitória.
“Você lutou bem, Vorak,” disse ela, estendendo a mão em um gesto de respeito.
O gelo ao redor derreteu lentamente, e Vorak, apesar de derrotado, sorriu. “A terra é sábia, mas lembre-se, Selendriel: o gelo retorna mais forte quando o equilíbrio for novamente quebrado.”
Ela assentiu. “E quando esse dia chegar, a Rota dos Guardiões nos encontrará prontos novamente.”
Epílogo
A constante do Quadrado Mágico voltou ao seu estado latente, as trilhas desaparecendo como poeira ao vento. Selendriel retornou ao Norte para reforçar suas defesas, enquanto Vorak retornava ao Oeste, contemplando novos padrões e estratégias.
A paz era momentânea, mas a Rota dos Guardiões sempre chamaria seus defensores para outra partida cósmica no tabuleiro do Reino dos Quatro Cantos do Mundo.
Registrado por Escriba Real da Biblioteca de Grimoar