Conheci o Mestre entre os Magos em uma época de incertezas, quando o Reino Quatro Cantos do Mundo vivia sob a sombra da ausência de seu soberano. À primeira vista, Mestre me parecia um homem simples, de feições serenas e olhos que refletiam a sabedoria de eras. Mas bastava uma troca de palavras, um gesto calculado, para perceber a profundidade daquele que hoje muitos conhecem como o Ladino do QU4DRI®.
Foi durante minha peregrinação, enquanto buscava respostas sobre o desaparecimento de minha amada, que nossos destinos se cruzaram. Nosso encontro foi, por sua vez, de encontro ao Artesão de Jogos de Tabuleiro, uma figura simpática cuja família havia guardado, por ciclos incontáveis, o QU4DRI® — o Tabuleiro Mágico Primordial. Este artefato, fonte de poder inimaginável, seria confiado ao Mestre, não por acaso, mas pela certeza de que somente ele poderia proteger seus segredos.
A Jornada Começa
Ao lado do Mestre, compreendi que o QU4DRI® não era apenas um objeto. Uma força pulsante, viva, que conectava elementos, reinos e entremundos. Sob o olhar desconfiado de Artesão, vi o Mestre manipular os componentes do tabuleiro com uma destreza que beirava o divino, como se as peças respondessem não apenas ao toque de suas mãos, mas à energia de sua alma.
“A magia do QU4DRI® não está apenas em suas peças”, ele me disse certa vez, enquanto reorganizava os quadrantes. “Está em quem compreende o equilíbrio entre a criação e a destruição, entre os ciclos de ascensão e queda.”
Com o artefato em mãos, o Mestre sabia que se tornara alvo. Os Seres Celestiais, figuras imponentes cujas intenções transcendiam o entendimento mortal, haviam sentido o despertar do QU4DRI®. E assim, começava sua fuga pelos entremundos.
Entre Reinos e Lendas
A primeira vez que testemunhei o poder do Mestre foi em Tawantin, a capital do Reino. Perseguido por forças invisíveis, ele invocou uma proteção com as peças do QU4DRI®, rearranjando-as em padrões que fluíam como água e queimavam como fogo. Era fascinante e assustador. O ar ao nosso redor vibrava, e as sombras que nos cercavam desapareceram, como se nunca tivessem existido.
“Os Celestiais não entendem que o QU4DRI® não pertence a eles”, ele explicou, com uma calma desconcertante. “Eles o desejam, mas não o compreendem.”
No final de nossa jornada juntos, descrita com detalhes em meu diário, o Mestre tomou a decisão mais difícil: levar o QU4DRI® para outro entremundo, além do alcance dos Celestiais. Ele sabia que essa escolha o afastaria de tudo que conhecia, mas sua convicção era inabalável.
O Sacrifício de um Guardião
“Um guardião não luta pelo que é fácil”, ele me disse, antes de desaparecer por um portal, o tabuleiro reluzindo em suas mãos. “Lutamos pelo que é certo.”
Mas foi só nossa Jornada Mística que descobri para onde Mestre havia levado o QU4DRI®. O tabuleiro tornou-se o centro de uma nova batalha, onde os próprios deuses antigos se envolviam.
Sua jornada o levou a entremundos além da compreensão dos mapas mortais: o Deserto de Cristais, onde o tempo fluía em círculos; a Cidade Submersa de Asthelis, onde os próprios habitantes eram feitos de água; e a Floresta Sem Limites, cujas árvores sussurravam segredos antigos. Em cada lugar, o Mestre usava o QU4DRI® para abrir portais, confundir seus perseguidores e garantir que o tabuleiro permanecesse oculto.
O Legado de um Mestre
Mestre continua sua fuga, movendo-se entre ciclos e eras, enquanto escreve uma nova história para o QU4DRI® e para si mesmo. O que o Mestre entre os Magos nos ensina, além de suas habilidades e coragem, é que o verdadeiro poder não está em possuir, mas em proteger. Ele não busca a glória ou o reconhecimento, mas sim o equilíbrio, sabendo que o QU4DRI®, nas mãos erradas, pode devastar mundos inteiros.
Hoje, enquanto escrevo estas linhas, sinto que sua história ainda está longe de terminar. O QU4DRI® ainda pulsa, e o Mestre, em algum lugar, continua a mover peças nesse jogo cósmico. Resta-nos aprender com sua sabedoria e preservar, da melhor forma possível, o legado que ele deixou.
Força, sempre, Mestre!
Por Escriba Real