A Escola de Jogos da Magia fervilhava de expectativa. As salas de aula, dispostas em círculos concêntricos no coração da Província de Grimoar, sempre estavam repletas de desafios, enigmas e fórmulas que transcendiam os números comuns. Naquele dois quartos de sol, no entanto, um novo mistério pairava no ar como uma equação incompleta.
A Professora de Matemática, conhecida tanto por sua mente afiada quanto por sua paciência meticulosamente calculada, ergueu os olhos de sua longa prancheta de anotações e encarou seus alunos. Seus dedos, manchados de tinta astral, giravam um jeton dourado entre as pontas.
— Hoje temos um novo desafio. — sua voz ecoou pela sala.
Os alunos, acostumados com suas excentricidades, mantiveram-se atentos. Em frente a cada um deles, dispostos sobre as mesas hexagonais de madeira mágica, estavam pequenos tabuleiros, pilhas de livros antigos e um misterioso baralho de 36 cartas envolto em um laço de couro envelhecido.
— Quero que vocês pesquisem a origem de ‘O Jogo da Esperança’. Quero que mergulhem nos arquivos esquecidos do Bazar Místico, se for o caso, ou mesmo na Biblioteca Real de Grimoar, desvendem os segredos que ligam este jogo ao destino e compreendam como ele se tornou a base do famoso Oráculo de Madame Lenormand.
Murmuros atravessaram a sala. O nome Madame Lenormand era sempre acompanhado de histórias fascinantes. A vidente que, em tempos antigos, usara as mesmas cartas para decifrar os caminhos do futuro, agora se tornava o centro de um estudo matemático?
Professora sorriu, prevendo o turbilhão de pensamentos que se formava.
— Mas não para por aí. — Ela deslizou um pedaço de pergaminho encantado sobre sua mesa, e nele, quatro símbolos brilharam em tons sutis: Terra, Fogo, Ar e Água.
— Vocês devem ir além. Não quero apenas que compreendam o jogo original, mas que tragam algo novo. Criem quatro novas campanhas, cada uma inspirada em um dos quatro elementos do QU4DRI®. O desafio será equilibrar sorte e estratégia, números e intuição, garantindo que cada uma dessas campanhas tenha um propósito, uma narrativa e um significado próprio dentro da nossa escola.
Os alunos trocaram olhares. Alguns anotavam freneticamente, enquanto outros já pareciam organizar equipes mentalmente.
— Ah, sim. — Professora fez um gesto e, com um brilho matemático no olhar, jogou o jeton para o alto. A moeda girou, dançando no ar antes de pousar suavemente sobre o tabuleiro de um dos alunos. — Lembrem-se de que a melhor matemática não é aquela que apenas resolve equações, mas sim aquela que cria novos problemas.
E com isso, o desafio estava lançado.
A busca pela origem do Jogo da Esperança começava. Mas a verdadeira questão era: quais segredos ainda estavam escondidos dentro dessas 36 cartas?